quarta-feira, 24 de março de 2010

AINDA NA LUTA: VOCÊ É CONTRA OU A FAVOR DA NÃO OBRIGATORIEDADE DO DIPLOMA PARA JORNALISTAS?



Terminei de fazer a leitura do texto de Rubem Alves, “A Fábula da Institucionalização,” e não pude de deixar de relacioná-lo como o fatídico dia em que o STF, decidiu por oito votos a um decidir que diploma de Curso Superior para Jornalistas era dispensável, usando argumentos que podemos classificá-los totalmente idiotas, que não sustentam-se por si, porquê não dizer burros.
Os urubus capa preta do Supremo, sob a batuta do Sr. Gilmar Mendes, ex presidente da Instituição em seu voto deu-nos a entender que jornalistas são seres inferiores, pois “não possuem vidas humanas em suas mãos como um médico por exemplo.” Como não Sr. Gilmar Mendes? Basta uma palavra errada nossa e podemos levar ao suicídio uma pessoa, prova disto temos em uma entrevista do ex Presidente Fernando Collor ao Fantástico que declarou, “não suportava mais a mídia massacrando-me com palavras repetitivas, todos os dias, peguei minha pistola, apontei para minha cabeça, mas pensei em meus filhos e família, desisti.” Todos sabemos o que passou-se com Fernando Collor, mas por muito pouco ele não tirou sua vida e quem mais batia nele na ocasião? A imprensa e seu jornalismo. No mesmo voto o ministro declarou que a profissão de jornalista “era equivalente a de um chefe de cozinha,” um bom chefe de cozinha que prepara os banquetes que ele freqüenta, no mínimo tem Curso Superior em Gastronomia ou Turismo e Hotelaria, ou seja é bem preparado, é uma profissão digna como todas as profissões são e que deveriam sim todas terem diploma e as pessoas terem condições para ir em busca de um. O Sr. Gilmar Mendes, o Urubu Mór, ainda afirmou que a profissão de jornalista “feria a liberdade de expressão e feria a Constituição Federal.” Aonde, como? Porque um jornalista muitas vezes é obrigado a publicar que um urubu dos dele teve uma conduta anti ética? Quem feriu a liberdade de expressão e pensamento, a Constituição Federal de 1988, foi ele e os compadres capa preta dele e usando argumentos totalmente ignorantes. Lembro-me bem de Aires Brito, hoje também ministro do STF, endossar o voto do Urubu Mór, usou quase as mesmas palavras, prova que criatividade não é o forte da Instituição.
O único ministro a votar em favor do jornalista foi Marco Aurélio de Mello que defende uma boa formação pois esta fará a diferença no ato do exercício da profissão. Foi sensato.
A decisão que diploma de Curso Superior pra jornalistas, não prejudicou uma classe, foi uma tentativa de exterminá-la. Jornalistas sempre foram a pedra no sapato de qualquer Governo, freqüentemente ouvimos o Presidente falando que a “imprensa prejudica o Brasil, só mostra o feio, o que não é verdade porque nosso país no Governo dele, tornou-se o paraíso.” Quem ouve, acredita, mas viaje ao Nordeste de onde ele saiu, Maceió por exemplo, linda, perfeita em beleza, pobre, humilhada por falta de médicos, hospitais, SAMU quebrado, malha viária incapacitada que faz o turista ir uma, duas vezes, uma terceira vez não quer mais ir, pois a cidade sendo turística, não possui infra estrutura para agüentar o peso do turismo.
Além de desqualificar o profissional jornalista, o STF, colocou o Ensino Superior em baixa, decadência, pois ameaçou usar o mesmo procedimento com outras profissões que não colocam a vida de pessoas em risco, poupando Direito, Medicina, Odontologia e Enfermagem.
Sou a favor sim do Diploma de Curso Superior para Jornalistas, não é ele a garantia do bom profissional, isto é fato. Mas é na Academia que desenvolvemos senso crítico apurado, nos preparamos para ler e ver além do que nos é exposto, onde temos apontamentos de caminhos que nos levarão, se quisermos a sermos bons profissionais, distinguindo o que é ou não Ético, o que e como devemos publicar algo pra levar o melhor e não praticar vinganças e sensacionalismo ferindo mais ainda quem muitas vezes quem já ultrapassou o limite da dor, “jornalista tem que ser humano,” diz Guareschi em seu livro Mídia e Democracia.
Ao Sr. Gilmar Mendes eu deixo a sugestão, se bem que ele agora deixou por lei, porque inspirou sua permanência no cargo de presidente do Supremo, que também torne não obrigatório o diploma para a formação de advogados, magistrados, desembargadores, procuradores da justiça, porque se é para em uma ocasião tão séria como esta que foi, eles usarem argumentos que uma criança de quatro anos faria melhor, falaria melhor em sua pureza e inocência, por que eles precisam de diplomas, para fazerem estragos que não contribuem com o crescimento de um País, tornando-o uma Nação Soberana?
Parodiando Rubem Alves: "em terra de capas pretas do STJ, jornalista com Diploma é ESSENCIALMENTE NECESSÁRIO."


POR: Ivete Depelegrim Ribeiro - Acadêmica do Curso de Comunicação Social - Jornalismo - da UNOESC-JBA.

4 comentários:

  1. Madrinha...
    É a PERFEIÇÃO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
    Voltou a escrever porque sobre este assunto, sei que a luta NÃO ACABOU AINDA BEM, TODOS VEM TRABALHANDO ARDUAMENTE E VÃO REVERTER AINDA MAIS QUE O URUBU MÓR CAIU FORA.
    CONTINUA... ÉS TÃO PROFUNDA QUANTO TEU NOIVO TORQUATO.
    BEIJOOOOO
    TE AMAMOSSSS
    RONNIE E FERNANDO

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  2. Obrigada Afilhado!!!
    Foi apenas um trabalho para o Mestre Ricardo Nodari, na Disciplina Legislação e Ética, análise e produção de texto sobre se você era a favor ou contra a decisão do Supremo e justificando, não é perfeitção. Tenho muito a aprender.
    Mas que vamos reverter VAMOS SIM!!!!
    Beijoooo
    AMO VCS!!!
    E Torquato é MELHOR que eu...SEM DÚVIDAS.


    Ivete Depelegrim Ribeiro

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  3. Não cabe isto, ninguem é melhor que ninguem, assim o Rui (Barbosa) teria nadado quando o barco o afundou, mas quem nadou foi o barqueiro.
    Ivete é competentíssima na sua área, além de grande pesquisadora do movimento de história verdadeira da humanidade, é uma grande teórica.
    Digamos que faço traços a mão livre. Não tenho nenhuma formação acadêmica. Não tenho curriculum.
    Mas escrever e ser H.G. Welles também era autodidata, se bem que para mim não é nenhum consolo.
    Escrevo com um machado ponta grossa sôbre a rocha crua. Ivete pincela suavemente tela linho, utopias em lutas de linho e sonho. Exemplos existem que hão de conseguir, seguir exemplos e se possível aperfeiçoar, porque ferramentas ela tem.
    Quanto ao fato de mais de vinte mil leitores de nossos textos, ficamos estáticos de surpresa feliz. Expressão pura que um tema e um texto com conteúdo e com algum estilo próprio tem seu encanto e profundidade.

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  4. Nção tem mais como a gente comentar no tópito Vômitos, religião e pedofilia, porque?

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