ERRR. NÃO ESTAVA LÁ.... ESTAVA? SEI LÁ....... V IAJEI
jTorquato
Eu sei que me despedi, nem sei
onde estava, e muito menos para onde queria ir, só sei que eu ia, as estreitas
ruas ora se me deparava com um poste de madeira e havia iluminação, mas a rua
estava deserta, nem buzina, nem vozes, nem passos, nem assovios de trechos de
músicas. Tenho a impressão que de onde eu estava era mais alegre.
Olhar para cima eu podia, mas
enquanto mirava a lua cheia e romântica, o chão se me apareceu de repente me
mostrando que meu lugar é aqui em baixo, beijei a areia entre uma brecha da
calçada de cimento e olhei de lado, era um portão largo e mal pintado, parecia
o portão de um cemitério, o portão riu
de mim, e escancarou numa gargalhada falante “ Sou a estrada da morte mesmo seu
bebum desgraçado”. Eu nem liguei para aquilo, era normal portões falar e
gargalhar, e até normal ser um portão de cemitério me esculhambar. Saquei de
uma rosa que nem sei de onde tirei e coloquei nas grades do portão dizendo sem
nexo:
- Descanse em paz.
Não sei como me levantei, nem
como fui parar naquele banco daquela praça, sei que havia diversos mendigos
dormindo em jornais, papelões e farrapos, eu sei que me expulsaram do paraíso
de uma calçada quentinha por baixo da marquise da TV da praça e sei que me
deram, uma caixa de papelão com algo
escrito como LLGGPP ou coisa que o valha, fiquei ali sentado olhando o chão de
restos de festas, havia uma história do folclore, as pastorinhas, o pastoril,
os cordões vermelho e azul, a Diana, ah!
A Diana. Papel de pipoca, talos de rolete, cascas de sorvetes, maços amassados
de cigarros, fitas azuis e vermelhas amassadas e enroladas, papéis picados como
confetes. De repente soprou uma brisa trazendo o perfume do mar, juntou ao
aroma das plantas do jardim, e tirou o lixo para dançar.
Assim meio voando, quase babando,
fui convidado e bailei uma valsa, dancei um merengue lunar, ouvi um chorinho
lagunar, abraçado ao papelão, com as fitas coloridas aos meus pés, pequei um talo
de rolete e ofereci a lua no céu mesmo com receio de levantar o olhar, as
estrelas no céu piscaram e a lua se me ofereceu um raio, a praça virou um salão
brilhante. Os confetes se misturaram as cacas de sorvetes e me lambuzaram os lábios
num beijo arrebatador.
Apagaram as luzes, desligaram o
som. Chegou a turma das drogas, com gritos selvagens e pisando tudo, me bateram
sem receio. Enquanto isso eu sonhava e um condor me dizia:
A Praça não é mais dos sonhadores
e dos namorados, Nosso céu não é mais dos condores, Vem comigo amigo sonhador,
venha tomar um drink no Céu dos condores, vem viajar com uma andorinha, esqueça
este mundo real e se realize na loucura normal.
Acordei entre brumas azuis. Ao meu
lado meu amor me acariciava, eu ainda tentava entender como eu me lembrava de
uma inscrição numa lápide com o nome
dela, mas deixei para lá. Ela estava lá e tinha a forma de uma andorinha.
Saímos voando vendo a humanidade
rastejar na terra.
jTorquato (Supertor4)
Namastê, Poeta! Me fez reviver momentos tênues de lascivos romances... sempre enamorado por essa tão incólume e fria LUA. É um Mundo Fantástico e que nos deixa doces lembranças. VIVAMOS, NÓS, LOUCOS E APAIXONADOS PELO LÍRICO ABSURDO DAS NUANCES HOLÍSTICAS!...VIVA A LUA!
ResponderExcluir"VIVAMOS, NÓS, LOUCOS E APAIXONADOS PELO LÍRICO ABSURDO DAS NUANCES HOLÍSTICAS!...VIVA A LUA!"
ExcluirGOSTEI DO ABSURDO, É VIVER VOANDO MENTALMENTE OBSERVANDO COMO SOMOS A RASTEJAR NO PLANETA, E TAL COMO VÍRUS/GERMÍNICO, A DESTRUÍ-LO, SEM OBSERVAR PEQUENOS PRESENTES QUE A POESIA DA NATUREZA PÕE SOB NOSSOS OLHOS