sábado, 19 de junho de 2010

D O C E I L U S Ã O


Doce ilusão
J. Torquato B. Filho Maceió

A CASA QUE SE NOS ENTREGARAM ERA MUITO MAIS BELA
MESMO SENDO VILEPENDIADA CONTINUA BELA, MAS OLHANDO DE LONGE E DE CIMA TEREMOS COMO NUM SONHO...
UMA DOCE ILUSÃO

Veja isso, um risco incandescente no céu, dentro de uma explosão de brilhos estrelares, alguém em sua viagem resolveu se esquentar um pouquinho com o calor do planeta água. Em outros conjuntos deve haver o magnífico, mas conhecemos bem o sistema nosso, e do nosso sistema o orbe mais lindo é o nosso azul planeta, os astronautas que o miraram de fora deve ser a testemunha mais felizarda, nenhuma foto por mais avançada tecnologia pode superar o visual próprio das lentes de nossos olhos.
Veja só mano o manto azul da lagoa Mundaú e espalhar-se pelos vales, fazendo ilhas de mangues e outras de coqueiros, emoldurando-a a Cidade em fauna diária, só daqui do alto podemos mirar tanta beleza, e aí também vale a vista não só aérea, como a do alto das montanhas em volta, vemos Maceió em tiras frágeis entre o Verde mar e o azul da Mundaú
DOCE ILUSÃO
Se o Astronauta viesse em zoom, baixando até este planeta, mesmo já sabedor, se espantaria com a destruição, o desmatamento, as queimadas, os rios que não mais existem, os secos lagos, as verdes planícies que desertificaram, as geleiras a derreter ou por ser seu período, ou por poluição, veria montanhas de lixo, lixo espacial atravancando a “entrada” do planeta, lixo boiando no mar juntos numa espécie de encontro mundial do lixo ao mar, do tamanho de vários países, veria uma enorme mancha de óleo no Golfo do México de vazamentos de plataformas de petróleo, veria na China um rio que não tem mais foz, o Rio Sagrado da índia morrendo, a Amazônia (sob intensa mentira do governo brasileiro) sendo reduzida a um terço de seu tamanho (culpa inclusive dos governos vizinhos), veria enormes buracos de mineradoras que fará da terra uma Marte usada para construções em outros orbes. Sentiria que o clima mudou e o planeta se sacode como que expulsando as pulgas humanas que o destrói, tal qual vírus inconsciente devora o organismo que o sustenta, e se sacode com furacões, terremotos e maremotos, explodem vulcões adormecidos, chove de mais e ou de menos, cai neve no deserto, desertificado fica o pólo norte, e “O Sertão vai virar mar” que já foi.
CRUEL ILUSÃO
Ao descer do seu aviãozinho o admirador do cartão postal de Maceió, e passeiar pela própria lagoa Mundaú, verá boiar restos da humanidade, sim são seus restos, a verdadeira face desta humanidade, os restos são sua assinatura, estes restos sobreviverá a catástrofe e servirá de lição a próxima Civilização. Lá estão geladeiras presas ao fundo raso e enlameado, pneus, sanitários quebrados, animais boiando mortos e desfigurados, plásticos mil (este sim a verdadeira inicial desta assinatura), manchas de óleo, água pesada e mal cheirosa, e não adianta avançar pela lagoa rumo ao encontro com o mar, lá apesar de mais leve e mais clara, a lagoa não deixa de brigar com o mar pelos entulhos, o mar lhe devolve tudo, inclusive os nele jogados nas praias.... Quantas jóias!!! Restos de vestimentas, preservativos usados, pedaços de perna de galinha, um boné do CSA desbotado, uma cueca rasgada, garrafas plásticas de diversos tamanhos e cores, papeis plásticos, embalagens plásticas e ou não, um motor de fusca jaz semi enterrado na areia do fundo, ao lado à margem, um guarda roupa ou o que foi, uma sombrinha quebrada mostra suas garras de metal sem pano, e entre tudo isto um caranguejo doente e lento, caminha de lado como as providencias governamentais.
Inda por cima de repente vários motores roncam e os turistas aparecem bêbados em diversos barcos e lanchas, enquanto um Jet cruza uma Banana aquática, eram dez horas da manhã e começara a temporada de turismo, começara o implemento da destruição consciente.

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