Já se passaram mais de três meses que o Supremo Tribunal Federal, comandado pelo ministro Gilmar Mendes, votou pelo fim da obrigatoriedade do diploma de Curso Superior para jornalistas, com argumentos que a todos os jornalistas do país soam como ofensa e são uma ofensa.
Como puderam os ministros do STJ alegar que um diploma de jornalista fere a liberdade de expressão? Que não é necessário um diploma pois a profissão equivale-se a um cozinheiro?
Estes argumentos citados só provam a ignorância de oito ministros ditos capazes de grandes e confiáveis julgamentos.
Um jornalista para emitir opinião deve antes adquirir conhecimento e o melhor caminho para isto é a academia. Somente a Universidade está apta a passar todo um embasamento teórico e ético que capacitará o jornalista a formar opinião, emitir a opinião embasada com senso crítico, com uma visão mais ampla sobre a realidade exposta.
Um jornalista trabalha com pessoas, está intimamente ligado a elas pois são as pessoas e seu modo de vida que produzem, geram a notícia, por isto o cuidado que deve-se ter em noticiar um fato deve ser redobrado e cautelar, pois uma pessoa por exemplo, envolvida em um escândalo social que repercute nacionalmente e até no exterior, dependendo da postura adotada pelo profissional da imprensa, se este não houver tato, cuidado, linguagem apropriada, associado a sua exposição e ao desespero gerado por isto, pode sim atentar contra sua própria vida.
Logicamente um diploma não é garantia de um excelente profissional, mas é a ferramenta necessária para a construção de um cidadão pensante, que expresse-se bem, e que através de seu conhecimento ajude a formar uma Sociedade mais justa, mais ética.
O ato do STJ não foi apenas uma afronta a classe jornalística que buscou ao longo de cem anos a regulamentação da profissão, o respeito a ela, o reconhecimento, foi também um retrocesso na triste página da Educação no país. No nosso país a Educação mesmo sendo um direito garantido pela Constituição Federal, é negligenciada desde o maternal e creches, deixando bem evidente sua deficiência no ensino básico e fundamental, não permitindo muitas vezes que um cidadão que sonhe com o Ensino Superior, consiga de fato cursá-lo, contribuindo assim para formar uma população “passiva” aos desmandos de um Governo analfabeto, comandados pelos “intelectuais de capa preta” do STJ ou dos “Silvinhos Land Rovers” do mensalão.
Uma população passiva pois depende da “bolsa esmola” do Governo para sobreviver e nada melhor que continuar assim, é a perpetuação dos déspotas do poder e um jornalista despreparado, sem senso crítico, ético, não poderá fazer denuncias contra o sistema vigente, assim tudo permanece no silêncio da calma, no silêncio da nova censura imposta ao jornalismo, porque afirmo sem medo: o ato da desobrigatoriedade do diploma de curso superior para jornalista, nada mais é que uma nova censura, quanto mais despreparado um jornalista, melhor ao Governo e pior para um país que nunca será uma Nação Soberana.
POR: Ivete Depelegrim Ribeiro - Estudante de Comunicação Social - Jornalismo - 4ª Fase UNOESC-JBA
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