Foi com lágrimas nos olhos e muito festejo que comemorou-se o resultado final da eleição que fez a cidade do Rio de Janeiro ser a sede das olimpíadas em 2014.
Edson Arantes do Nascimento, o famoso Rei Pelé, que ao fazer seu milésimo gol fez um pedido e uma promessa em 1970.
O pedido era para que se olhasse para as crianças pobres deste país para não tornarem-se marginais e que para isto era preciso investir-se em educação e ocupar a mente delas com esporte.
A promessa foi que se os governos não fizessem ele, faria.
Estamos em 2009, quase 2010. O que aparentemente mudou foram os governos com sua pseudo democracia. A marginalidade aumentou, as crianças carentes mais ainda, a educação esfaleceu-se, mas a arrogância eleitoreira prevaleceu, inclusive com a ajuda do Rei Pelé que sempre fora combativo na política, com os mesmos argumentos da época da ditadura que construiu muitos estádios de futebol no país e pouquíssimas escolas em nome de gerar muitos empregos e o povo prosperar com isto.
A cidade do Rio de Janeiro é maravilhosa, cantada em versos e prosas, abençoada por
Deus como diz bem Jorge Bem Jor, mas é pobre, abandonada à marginalidade que financia muitos projetos que Jânio Quadros classificaria como “forças ocultas.” Não merece, nem pode ser sede de uma olimpíada quando tem inúmeras favelas, pessoas vivendo com R$ 63,00 por mês, sendo comandada pelo narcotráfico e sem segurança alguma a uma população que trabalha e paga honestamente seus impostos e encargos, pois tem cidadãos honestos no Rio. Ressaltando: a prova maior de que o Rio não pode sediar um evento nesta proporção foi o abatimento do helicóptero da polícia militar no ar, a serviço do combate ao crime, o que custou a vida de três policiais e o total desprezo, ou melhor silêncio do Sr. Secretário de Segurança Pública e Governo Federal, isto é grave.
Serão bilhões para construir vilas olímpicas, estádios de futebol, raias de natação e tudo o que for necessário para o tal evento. Esquecem-se que com estes bilhões, milhares de pessoas sairiam da favela e morariam em lugares decentes onde não teriam medo de chuvas, desabamentos e marginais, construir-se-iam hospitais públicos com médicos bem pagos, remédios regulares e aparelhos de última geração a serviço dos pacientes, haveriam escolas e universidades para todos sem constrangimentos de ENEM (que até isto não é mais seguro), vestibulares e provas de seleção ou “roleta russa” para ver quem pode ou não estudar. E mais um "pequeno grande detalhe," após as olimpíadas, tudo será abandonado, assim como foi a Cidade do Rock, construída para o famoso e inesquecível Rock in Rio. Hoje resta apenas ruínas do que foi o maior cenário em forma de cidade para abrigar o maior evento de música em 1985, como disse Cazuza: "eu vejo o futuro repetir o passado, eu vejo um museu com grandes novidades..."
Enquanto alguns colegas meus comemoram a grande conquista de 2014, eu lamento, um país deve ser feito, reconhecido pela Educação, pela Boa Educação Global e não somente por atletas, muitas vezes analfabetos, ou analfabetos funcionais que levam algumas medalhas e alguns milhões enquanto possuem o vigor da juventude, pois a história já nos mostrou como muitos atletas chamados heróis acabaram na pobreza absoluta e sozinhos, sem uma chance de sobrevivência.
No dia em que nosso Brasil for reconhecido pelos excelentes professores/doutores, cientistas, advogados, médicos e tantos outros profissionais, inclusive políticos dignos que não preocupam-se em apenas manter sua pseudo democracia, neste dia SIM, poderemos sediar uma olimpíada com orgulho, comemorando com VERDADE, em qualquer cidade deste nosso maravilhoso país.
POR: Ivete Depelegrim Ribeiro – Estudante de Comunicação Social Jornalismo – 4ª Fase – UNOESC-JBA.
nota 10
ResponderExcluir... E lembrar que eu estava no Maracanã quando Pelé disse o que muitos consideraram apenas demagogia ...
ResponderExcluirQuem dera que, desde aquele tempo, governo e sociedade o tivessem levado a sério*
Educação + esporte, seria mesmo uma boa forma de evitar que grande parte das nossas crianças optasse pela "escola do crime", porém ...
Quanto as olimpíadas, não será negativa, mas também lamento que o tamanho desse investimento não apareça em função de se garantir que o nosso povo possa ter respeitados, ao menos, os direitos que chamam de básicos e constitucionais.
Valores destorcidos por egos poderosos, infelizmente, como sempre.
Em tempo: Parabéns a esta futura jornalista pela sensibilidade e observações!
ResponderExcluirHá q se ressaltar q educação não é só botar na escola. O tráfico é sustentado pelos mais pobres da favela, q talvez não frequentem escola, e tbm pelos de melhores condições de vida, q frequentam escola, universidade, teatro, etc. Quanto ao esporte, talvez o quadro melhore se feita uma análise entre praticantes e não-praticantes,pois é difícil ver atleta metido com tráfico, salvo algumas exceções futebolísticas.
ResponderExcluirQnto às olimpíadas, particularmente sou a favor. O dinheiro investido sempre gerou frutos, e já há uma contrapartida de incentivo ao esporte, tanto do interesse público qnto da iniciativa privada.
Perem aí....
ResponderExcluirParabenizo a futura/hoje já (para mim) jornalista, além do mais uma investigativa como só nós de perto a conhecemos, pesquisa tudo a fundo (até demais, se envolve). Mas dizer que a Olimpíada não deve ser realiuzada é outra coisa. O Brasil precisa disso vamos ver:
Só com esta meta em frente, pode ser que os governos começem a se empenhar no combate (inteligente) aos traficantes começando por cima, pelos gola branca.
A Educação, Segurança, Saneamento, Transporte, Emprego etc. vão bombar porque nescessário. O Mundo estará de olho no Rio, no Brasil e no Furturo (?) Presidente que nós seremos culpados de escolher. e aí não tem prá nimguem.
A Maioria burra como sempre (Elegeu Hiltler, Crucificou Jesus só alguns exemplos de maioria) Há de colocar lá em Brasília mais um VEXAME NACIONAL.
Mas talvez nem haja mesmo 2016, e nisso estará toda beleza.