BOM DIA, ADEUS BIGODE

Bom dia, ADEUS BIGODE.
Três latinhas de cerveja, uma cobrança sobre a famosa Odete que não tinha à venda, uma piada sobre a viuvez de Odete, e um até logo. Não deu tempo nem para dar bom dia. Bigode Morreu logo depois quando em casa eu curtia o som das antigas querendo a força comemorar meu Niver antecipadamente.
Enquanto isso lá em Cima uma comissão se preparava para receber o Bigode com a recomendação de uns para os outros de não confundi-lo com Belchior. Já estava preparada uma cópia exata de seu Barraco, com Letras Vermelhas em um fundo amarelo “BAR DO BIGODE”, Veio gente de todos os rincões, alguns velhos conhecidos, parentes, amigos do peito, outros por curiosidade, queriam conhecer o famoso BIGODE. Sorridente por baixo do bigode, Bigode nem se dava conta que não estava mais na terra. Não se lembrava que alguns daqueles rostos já tinham ido e que surpreendentemente ali estavam, era como se fosse a coisa mais normal do mundo. E a roda de samba começou, alguns batucavam logo BIGODE falou que queria algo brega, tinha leve consciência que não era seu Aniversário, e nem procurava entender o motivo de tanta festa.
Cá em baixo a comunidade parou, todos os sons foram desligados.
O Negão chorava copiosamente, Vários personagens aqui apresentados estavam em visita às suas mães e não tinham conhecimento do passamento do BIGODE, ao chegarem foram sedentos ao BAR DO BIGODE que se achava de portas cerradas, e só então recebia a notícia que acabava com a alegria do dia das mães.
Chegou ao fim a era das críticas manhosas, dos palpites certeiros nas partidas de futebol, do suor, camisa sobre o ombro, inda de chuteiras, a saciar na cervejinha gelada a sede do “racha” da manhazinha, dos gritos doas fanáticos pelo flamengo ou por Lulla, e das considerações aprumadas dos Bebuns com ponto assinado sobre todos os temas da vida comunitária, da cidade, do estado, do pais e do mundo.
Sinto muito meu tesoureiro, não vou lá te olhar no caixão, não quero essa imagem de sua embalagem, quero continuar com a imagem de teu eu, o espírito calmo, concordato e inteligente que conseguiu juntar uma galera das mais incríveis numa comunidade nem tão famosa assim. Dando apoio e força a todos que numa hora ou em outra necessitava, quero inda a imagem de ti a dançar com a mão no umbigo, cantando músicas da Jovem Guarda ou de Gilliard, equilibrando pratos de tira e garrafas de cerveja NO PONTO e NA MODA. Seu sorriso sincero, sua maneira de receber. A Todos que contribuíram com a vinda de BiGODE para este mundo muito obrigado apesar de ter feito como um Grande Prato, que nos serviu e que achamos pouco e como gostaríamos de o ter mais, por muito mais tempo, a saborear este espírito grandioso.
Lá em Cima a alegria é geral CHEGOU O GRANDE BIGODE.
jTorquato