domingo, 22 de janeiro de 2012

NA FILA DO SUS COM D. MARIA


jTorquato (Colaboração de Ivete Depelegrim)


IVETE


Ela estava sentada a beira da calçada, em frente ao Posto de Atendimento da Saúde em Especialidade- PAM, chorando desconsoladamente. Eu estava esperando na fila em frente num tal de Cora para carimbar autorização para uma tomografia, não suportei tanto sofrimento e lá fui.


Ela saiu de casa as 11 horas da noite anterior, veio de transporte alternativo e chegou ao PAM as três horas da madrugada e já havia gente na fila, o PAM começa a atender marcações de consultas e exames |às sete da manhã, era a terceira vez que ela fazia isso, e Ainda desta feita, NÃO HAVIA VAGAS para o médico a consultar. Ela estava com muitas dores nas articulações, mal podia andar, sentar, deitar. Mas não havia médico. As vagas que tinha acabaram-se justamente quando chegou sua vez, mais uma vez.


Ao contar para meu conhecido que lá trabalha, ele declarou que isto era muito mais comum, que em diversas categorias só existia um médico e a agenda diária de muitos deles não passavam de 20 por dia, sem contar que a maioria só havia a agendar 1 ou 2 dias por semana. Faltava médicos em especialidades como neurologia, psiquiatria, ortopedia, onde só havia um único médico a atender toda população encaminhada ao posto de especialidades.


II


TORQUATO


Eu chego as 6 horas no local de meu trabalho de solicitante, como os computadores só autorizam a entrada as sete horas, fico arrumando tudo, e perambulando, é aí que ouço histórias incríveis de todo sistema de saúde de Alagoas. Eu sabia desde o início que o sistema começa no posto de saúde localizado mais próximo de onde o cidadão mora, lá eles tem a obrigação de marcar a consulta ON LINE com o especialista via Clínico Geral ou Ginecologista que todo posto é obrigado a ter em permanência. Mas a maioria nem informatizado diz estar.


Por outro lado a Capital se recusa desde o ano passado, a receber pacientes de outros municípios alegando que a quota da Capital já atende mal as necessidades dos moradores dependentes do SUS, e que pela Lei os m unicípios tem de marcar de lá direto ao especialista na cidade mais próxima, também via ON LINE, ora se nem na Capital os postos tem acesso a internet, imagine cidadezinhas do interior, tão de brincadeira com as dores de D. Maria e de Seu João.


Eu não agüento, é estressante ver tanto sofrimento e angústia, imponente. Gostaria que as autoridades com poderes de mudança viesse e visse disfarçados em cidadãos comum o sofrimento do povo brasileiro NAS filas do SUS que Lulla elogiou.


Que não temos a quem nos socorrer é fato, como é fato a criação de mitos como Pe. Cícero por exemplo para onde escorrega a onda de desespero e esperança deste povo que só sabe de uma coisa na vida. SOFRER

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