sábado, 8 de maio de 2010

POBRE MAMÃE SEM ONTEM, HOJE E AMANHÃ
Em silêncio no escuro do meu quarto, vejo seu vulto esgueirando para nós, rio e durmo depois de sentir seus lábios em minha testa.
Ao despertar topo com um embrulho no meu tamanco, é natal.E mamãe Noel compareceu.
São pinceladas da minha infância, aquela figura nervosa e ativa.
No banho a pasta dental já está na escova,
No quarto meu uniforme passado e engomado
Na cama lençóis e fronhas bordadas com nosso nome
O Riso e o sorriso dela treme minha emoção, cadê?
Cadê minha jovem ativa e risonha mamãe?
Cadê os cuidados com as unhas e orelhas?
Cadê o beijo de boa noite, o carinho diário, a ordem?Vejo minha mamãe asteresclerosada (?), cuja memória não retém nem 5 segundos.
A mim perguntar quem és e onde está o Meu José, cadê meu Fido, Cadê o Rico e a Nil?
E todos nós em volta, chorando, somos nós mamãe.
Escondida, sua personalidade esvai-se, como uma morte intelectual em vida.
Sua alma inda vibra como uma chama de uma vela no fim.
Vemos todo dia ela morrer um pouco mais,
Sem saber quem é e nem quem foi, não tem lembranças e restam saudades.
Cremos que Deus assim quis para poupar uma santa no seu final de passagem.
Mas é terrível não ser sendo, não saber e nem sabendo.
Não ter ontem, hoje e amanhã, e ainda andando e respirando
Pobre mamãe que tanta vida nos deu, deu tanto, tanto, TANTO,
Que acho que dela também deu.

Um comentário:

  1. Minha Querida Mainha, minha Sogra Amada Vandete, mil beijos pelo seu dia e queria que estivesses conosco em nosso casamento celebrando, mas sei que estarás, porque jamais abandonarias seu amado filho José, estás sempre no coração dele, ele no seu mesmo que agora não se lembre mais devido à doença e estás sempre em nosso coração.
    Beijo Meu Amado Noivo.
    Ivete

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