Jorge Amado, escritor baiano, deputado cassado pela ditadura, escreveu O País do Carnaval, onde ele faz uma leitura crítica da Sociedade da época (1931), mas que ao lermos o livro nos deparamos com nossa atual conjuntura e porque não dizer, um pouco pior.
No livro o escritor demonstra a realidade de pessoas vazias, sem futuro e que apenas pensam no carnaval para esquecer seus problemas. Em 1931 os meios de comunicação não eram massivos no Brasil, apenas algumas rádios funcionavam, o que é diferente na atualidade, hoje a televisão está presente em quase todos os lares brasileiros.
Surge agora mais um escândalo político, desvio de dinheiro público, dinheiro na meia e na (outra vez?) cueca, enriquecimento ilícito por parte de quem foi eleito para governar em nome do povo.
Mas e a mídia??? Onde está a mídia???
Divulgando algumas notas, dizendo-se imparcial, mas totalmente parcial a favor do seu interesse privado, cumprindo com exatidão a sua agenda e desviando o foco da verdade. Ela não aponta, não comenta, não investiga, não arrisca suas conquistas. Está certa. Afinal, por que arriscar a amizade do "cumpadi" que permitiu que ela funcionasse???
Ao povo é melhor dar o "pão e circo" ou seja, carnaval, futebol, Copa do Mundo, Olimpíada, amor bandido na novela do horário nobre, incentivar patéticamente meninas a serem fantásticas na programação de domingo falando "a garota do hot dog (out door) precisa ajudar a família." Por que não incentivam estas meninas a participarem de um programa destes valendo uma bolsa de estudos integral em uma boa Universidade??? Simples... para que??? ao país serve muito mais meninas como estas falando o português errado e criticando apenas o cabelo da rival, esta nunca ameaçará a ninguém do poder. Perfeito!!! a hegemonia, o monopólio da mídia e seu neo coronelismo midiático estarão a salvo e haverão de permanecer.
Churchill estava certo: definitivamente este não é um país sério. É o país da corrupção, dos ladrões sempre impunes do dinheiro público, dos traficantes que financiam os governos, das intermináveis filas nos postos de saúde e hospitais, das crianças sem escola, do trabalhador sem segurança pública decente, da mídia comprada que pouco de bom acrescenta ao crescimento humano, mantendo-o vazio e sem futuro, bem igual ao conteúdo do livro de Jorge Amado, buscando esperança no carnaval, futebol, o enriquecimento fácil no aqui e agora sem esforço, não tendo senso crítico para avaliar nem ao menos o que é um amor bandido e suas conseqüências.
O povo precisa sim mudar, os governos também, mas sem dúvidas, a mídia precisa de mudanças que façam dela um instumento de Educação Social e não de incentivo à bandidagem seja do traficante ou do sujeito que esconde dinheiro na cueca.
POR: Ivete Depelegrim Ribeiro - Estudante de Comunicação Social - Jornalismo - UNOESC-JBA.
Mais uma vez Ivete ataca o cerne das questões socio/politico/cultural de nossa pátria.
ResponderExcluirComo uma águia sua visão abrange o presente futuramente.
Agradecemos José Torquato, mas enquanto a mídia tiver donos e estes donos ditarem um sistema que somente a eles favorece, fica muito difícil mudanças em todos os níveis, principalmente na mentalidade das pessoas.
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