terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

o presente secam minhas lágrimas antes de serem úteis

O PRESENTE SECAM MINHAS LÁGRIMAS ANTES DE SEREM ÚTEIS
j.Torquato / fev2014.

Sento aquí na beira da alma, e olho para os restos de festas
São papéis em bolinhas coloridas de embalagens de pipoca, chocolate, cigarros,
São pedaços de beijos, ternuras, carinhos num bolo amassado,
Eu olho dentro do passado aos meus pés e vejo que existe além de meus pés.
Sons ecoam, vibram, me convidam a levantar a alma e bailar
Em cores a lua faz um raio para cada momento feliz e eu danço sob refletor lunar
Mas minha alma esvaziou de presente, só está cheia de passado
No presente não encontro os outros pares de sapatos que meus pés querem participar
Meus passos não interagem com os passos atuais, sou constantemente ultrapassado.
Não passa um passo que goste da mesma música, do mesmo papo, nem do mesmo aroma.
Eu vou ficando e meus passos trôpegos quase parando, chora na calçada da alma.
E como não havia mais nenhuma pedra no meu caminho
Eu deslizava abraçado ao meu par, tentando recuperar algum tipo de auto afirmação
Orgulho de participar, felicidade de contribuir, de poder ser útil.
Não me dê apelidos como melhor idade, me dê dignidade.
Até os pombos bicam os restos de festa na praça da minha vida
Sentado a beira de mi’alma, nem lágrimas chegam a brotar
As brisas do presente depressa as secaram, até minhas lágrimas morrem antes de serem úteis.

Podem ficar com vosso I Pode, me deixem com o que eu posso. SONHAR.

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