CARREGO MEU TRANSPORTE NO MEU BOLSO PARA ONDE EU FOR.
j.Torquato série UTOPIAS
Saio de casa assoviando uma
musica de qualquer Roberto Carlos, é assim ao chegar ao terminal eletrônico,
vou direto a banca automática de jornais, escolho o jornal da promoção melhor
do dia, passo meu cartão magnético, retiro o jornal, passo na catraca eletrônica
com o mesmo cartão e fico esperando meu bus chegar em... 11, 10, 09 segundo, lá
vem ele.
Espero um passageiro especial acomodar sua cadeira de rodas e sigo
atras do mesmo, acho que o ar condicionado está exageradamente frio, mas não
reclamo, me sento e abro o juornal para ler, tenho trinta minutos para tal até
chegar ao meu ponto, para descer e ir ao trabalho, precisamente.
Olhando pela janela avisto
tremendo engarrafamento na outra via que é a via dos transportes individuais,
carros de passeio devem estar a buzinar adoidado, com as janelas do ônibus
fechadas por causa do ar condicionado, não escuto o som das buzinas histéricas.
Dá vontade de rir da palhaçada dos caras que estão a dirigir seu carro,
gastando-o, e se desgastando diariamente, volto ao meu jornal.
Ao descer olho com carinho para
meu cartão eletrônico, é o vale de transporte federal, vale para qualquer tipo
de transporte de massa público em todo território nacional, você põe certo
limite de crédito de acordo com sua situação financeira, pode ser qualquer dia
de qualquer mês e o valor que pode creditar no momento, não importa. O que
realmente importa são as companhias de viação diversas rodoviárias,
ferroviárias e modal aquático, a disputar sua preferência com promoções como o
jornal que acabei de comprar, descontos
nos créditos das passagens e etc. a finalidade destas empresa é fidelizar você
como cliente dela. Voce tem sua arma: O CARTÃO NACIONAL DE TRANSPORTE, você tem
o transporte em seu bolso, onde você estiver, que transporte você precisar,
desde que seja público e de massa. Ônibus, Trens, Lotações, Balsas, Barcos,
etc.
Chequei descansado e ainda com
certo frio, ao trabalho, sabia que a temperatura subiria acima dos 30 graus,
mas o corpo ainda estava no conforto do ônibus de minha empresa preferida.
Chequei pontualmente, informado e disposto a mais um dia de trabalho.
Logo na calçada estava mais um
anúncio, por coincidência da minha empresa preferida, anunciando mais uma
construção de via preferencial para os ônibus que vinham de uma cidade
dormitório no entorno da capital, e que teria os ônibus refrigerados ou tribus
como era chamado os quase trens ônibus.
Mais um berro que parecia ser da
minha chefe me tirou do sério. E ai me
acordei, era um cara com cara de menino, armado, assaltando mais um ônibus
velho e lotado da minha vida real.
Olhei para fora, uma multidão de
carros, caminhões, fumaças, buzinas, e eu dormindo de tão cansado naquele
inferno de som e calor.
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