terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

CRUEL E VAZIO


CRUEL E VAZIO
jTorquato




Eu sei o que eu vi
Eu senti o que só eu senti
E frevei com pés pequenos
E frevei de marinheiro e tubo plástico com Atikison.
E vi minhas pernas enroladas em tiras coloridas de papel
E Ví papel picado descendo do céu de Zinco,
Eu abracei uma mulher que tinha o cheiro de minha mãe,
Tinha o sabor de minha mãe, mas a cara era de uma velha bruxa.
Eu senti uma alegria estúpida ao som de músicas tocadas num poleiro armado
Era um monte de caras com uns instrumentos na cara e bochechas inchadas,
Era outro monte de caras com varinhas mágicas voando sobre tambores.
Mas a música me fazia me mover, querer pular.
O cheiro no ar, a nuvem perfumada, o sorriso das máscaras,
O portão a se fechar, um clube a desaparecer e eu?
Eu a amanhecer sob um sol adulto e um som acintoso
Que me mandava para puta que o pariu, e mete fundo nela.
Acordei mas não tive como desligar este clube.
A música que não era música, a letra que não era letra, me invadia
Sem minha permissão fazia o meu carnaval mais idiota  e mais cruel
Cruel por ser inumano, cruel por ser vazio.

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