sexta-feira, 2 de novembro de 2018

PÁSSAROS ABOBADOS

MINHA TERRA TINHA SABIÁ QUE MORAVA NO COQUEIRO, HAVIA PATATIVAS QUE ENCANTAVAM NA MANGUEIRA, O AZULÃO ENCANTAVA, O FERREIRO MARTELAVA, O CANÁRIO ALEGRAVA O QUE O CURIÓ REPETIA, MAS O GALO DE CAMPINA REINAVA. UM DIA VI UM ASSANHAÇO AZUL COM A COMIDA DOS SEUS REBENTOS NO BICO, ESPANTADO OLHANDO O TOCO DE ÁRVORE ONDE HAVIA UM NINHO QUE DEIXOU A POUCO EM BUSCA DE ALIMENTAÇÃO PARA SEUS RECÉM NASCIDOS, NÃO HAVIA MAIS NENHUMA ÁRVORE, SÓ UM MONTE DELAS DEITADAS E NENHUM PIO DE SEUS REBENTOS. SÓ HAVIA UM SOM DESCONHECIDO DERRUBANDO MAIS NINHOS, RETIRANDO MAIS VIDAS, AS NOSSAS E FUTURAMENTE A DELES MESMOS. O ASSANHAÇO PAROU NO AR COMO EQUILIBRISTA COLIBRI, E VOLTOU-SE PARA OLHAR A MÁQUINA DESTRUIDORA, ERAM DIVERSAS E OS HOMENS QUE OUTRORA CANTAVAM JUNTO CONOSCO ESTAVAM DESTRUINDO TUDO. O PARAÍSO VIROU INFERNO, DO ASSANHAÇO QUE ENCONTROU O BEN TI VI, SÓ RESTOU VOLTAR PARA UMA TORRE DE IGREJA E LÁ JUNTO COM POMBOS E PARDAIS DISPUTAR RESTOS DA CIVILIZAÇÃO JÁ CONDENADA POR ELA MESMA. ADEUS ASSANHAÇO, ADEUS BEN TI VI, ADEUS COLIBRIS, ADEUS ABELHAS E BORBOLETAS. A DEUS QUE PERTENCES, TALVEZ UM DIA POSSAMOS REAVER NO LABORATÓRIO, UM QUARTO OU UM QUINTO DO QUE DESTRUÍMOS E DEPREDAMOS. HOMENS VÍRUS QUE SE HOSPEDAM NO ORGANISMO TERRA PARA O DESTRUIR, DESABANDO EM RUÍNAS A CASA ONDE MORAVAS. j.Torquato

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