terça-feira, 11 de junho de 2019

DO DIA... O FIM


                Do dia o fi










J.Torquato
Eita frio, pelos trilhos da Levada, a escola eu vou.
Cheiro de café torrado, vem do lado da estrada de ferro
O outro lado os passarinhos engaiolados são guardados
Nós vamos equilibrando nos fios de ferro, cantando:
_ Boneca Cobiçada, das noites “de serenas” teu “copo num” tem dono...
Dona Laura está atrás de Dona Edite, em baixo no nome...
EDUCANDÁRIO SÃO JOSÉ
Já vem ralhando pela camisa fora das calças, joelhos imundos.
Não era nada disso, e a gente nem se ajoelhou em canto nenhum.
O Pão criolo com manteiga estava na lancheira junto com o refresco.
O caderno Avante junto ao catecismo e ao gibi Marcelino Pão e Vinho.
Lápis e borracha, tranferidor, e esquadros, caderno de desenhos já fininho.
Dona Vina já veio nos pegar, voltar para casa com compras de café e pão.
Cacos verdes de garrafas quebradas vêm lembrar, sempre que a linha não tinha fim.
Nunca soubemos para onde ia, a linha paralela acabava nos matos.
Nunca vi a Maria fumaça naquela hora da escola.
Só a balado do sino das 6 horas cantando ave Maria.
Um lençol com meu nome bordado, Espiral sentinela,
Mosqueteiro, Penico e muito pânico com historinhas de assombração dos velhos na cozinha.
O tamanco, o pijama o pai nosso, a ave Maria,no terço murmurado e do dia
O FIM

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