Quando pequeno fui a um consultório Era Dr. Sampaio, ficava em frente ao Bar do Chopp. Notei minha mãe nervosa. O Médico me olhou com um carinho de pai, mandou-me deitar numa cama alta, me examinou, conversou longamente comigo, me fez rir a beça, me deu livrinhos encantados de figurinhas. Dias depois estava internado e em operação. Mas nunca esqueci o Dr. Sampaio.
Quando tinha 11 anos terminei o curso primário, mas não podia fazer o Ginasial porque não tinha idade para fazer Exames de Admissão que era aos 12 anos. tinha de continuar estudando em uma escola particular, e minha professora era uma menina mulher, morena baixinha, linda e de fala mansa. Neste "5ª" Série, Eu aprendí tanto com a calma e a ternura que ela nos passava, com o amor com que ela ensinava que nunca mais encontrei uma profissional/amor assim.
Inda um dia desses, sob a imposição das mulheres, me obrigaram a ir a um cardiologista (mulher), chequei, ela nem me olhou, tirou minha pressão em um braço só, sentou-se e escreveu um dicionário ou catálogo telefonico de exames e receitas, mandou que eu voltasse ao término dos exames ou seja dali a cinco anos, para saber o meu ATUAL estado de saude coronária, de expresso só LOZARTANA 2 vezes ao dia imediatamente, suspensão de sal, açucar, gordura, comida em geral, viver em geral. e ainda tem a pachorra de me mandar voltar depois dos exames prontos. EU ESTARIA VIVO? Não por não comer, mas por ter sido cortado todos os prazeres de minha vida, de ser tratado como um número. e cinco minutos de consulta impessoal. PONTO FINAL.
Ao sair de braços dados, e com uma lágrima chamada Dr. Sampaio a pendurar de meus olhos, eu ví uma garota greitar para a mãe ao lado.
- Óia maÊEEE aquela lá do outro lado é a puta da minha professora que me mandou fumar maconha no pátio e desligar o celular.
Ai eu chorei mesmo, porque aos meus pés caia lágrimas chamadas D. Terezinha do ensino amor ternura, minha mestra com carinho.
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