MALDADE BESTIAL DOS MAUS E
DOS BONS
jTorquato
Nós fomos olhar na
escuridão, lá no tal celeiro, o movimento que notamos, seria um ET?, bem que seria
bom para quebrar a monotonia deste lugar onde nada acontece e tudo é motivo
para broncas e castigos.
Deitada tremendo de frio
encontramos uma menina mulher, em farrapos tentando se cobrir com o capim seco
para pastagem, ficamos atordoados. Quem és, de onde vens? Sim porque aqui é
longe de tudo.
Ela fugiu do padastro, ele
que queria matá-la por ter dado com a língua dos dentes e falado para sua mãe
que seu Padastro a comia regularmente, praticamente todas as noites, e não era
só uma foda normal, era sodomizada, era obrigada a sexo anal e oral, aas vezes
obrigada a enfiar um cabo de vassoura no ânus, enquanto ele a chupava pelas
frente. Mas isso não era nada em comparação aos finais dos meses quando o
padastro trazia um bando de bêbados para que fizesse de tudo com ela e ele
ficava se masturbando ao lado. Um dia pegou um ferro em brasa para enfiar no
seu ânus, ela saiu gritando de dor e contou tudo para sua mãe.
Claro que levou tremendo
tapa na cara e ficou de castigo por inventar tantas mentiras, e novamente se submeteu
ao ritual diário de sofrimento sexual. Mas desta feita foi pior quando
descobriu a mãe a olhar pelas frestas da parede e estar a se masturbar vendo o
sofrimento da filha. Foi a gota d’água, ela não aguentou, fugiu de casa.
O primeiro sentimento da
turma foi de pena, trataram com carinho, trouxeram roupas das irmãs, comida,
frutas, e muita água, ela se lavou, nua, a frente dos quatros, não sentia mais
pudor, não tinha metragem do que era certo ou errado em relação aquilo. Só sabia
que os homens gostavam de fazer as mulheres sofrer e se deliciavam com este
sofrimento.
Na semana seguinte um deles
a pegou e fez sexo normal com ela, dois dias depois foi om irmãos mais novo que
a penetrou e foi surpreendido por outro irmão, e os dois se satisfizeram nela a
fazendo de sanduiche, ela achava normal e fazia com prazer como paga aos
cuidados deles para com ela. No fim do mês todos os quatros se banqueteavam ora
em grupo ora a sós, com ela. Comentavam que ela era realmente muito gostosa, e
nem parecia ter os 14 anos que tinha. Mas os pais nem desconfiavam daquela
hóspede, continuavam seu trabalho em casa e no campo com a ajuda dos garotos.
Mas um dia a irmã deles
achou estranho o movimento sempre em direção aquele celeiro, que nada devia ter
a não ser palha de cana e capim seco para os burros e foi seguindo um dos
irmãos que descobriu a suruba naquele dia a três, e ela como sempre no meio dos
dois irmãos que a penetravam pela frente e por traz simultaneamente. O grito histérico
(há quem diga que de inveja) foi se ecoando até os ouvidos de D. Laura Farias
que saiu empunhando uma vassoura pensando que seria algum bicho que causara o
grito de susto.
Não deu tempo parta ninguém se
vestir e foram pegos no flagrante, a menina inda de bunda para cima, montada no
irmão mais novo.
Naquele dia no pátio da
fazendo houve um expurgo, naquele lugar, longe de tudo, onde a justiça era
feita na hora sem julgamentos, a menina
amarrada a um tronco, levava chibatadas, depois de tomar banho de vinagre com
sal por cima das feridas abertas, ficou sozinha no tronco como escrava do
século XVIII, enquanto o pai perguntava aos meninos:
- Ela Mijou em vocês?
- Não pai
- Como foi que ela fez para vocês
cair na tentação?
- Ora pai não somos mais
crianças, já sabemos o que é uma mulher, já fomos inté para a Zona de Mariazinha.
- Esta menina é o diabo, o
Pastor não deve nem saber que temos o diabo em casa. E é mulher, do jeito que o
diabo gosta de aparecer e fazer perder meus filhos. Ah. Meu Deus o que fiz para
merecer este castigo.
O gemido os fez lembrar que
a menina inda estava no tronco, semi desmaiada e semi nua no frio do sertão
brasileiro. Mas o terror religioso se impunha. A Fé radical lhe mostrava
inumana, não sentia pena, sentia horror da menina.
O Pai foi até a cozinha e
voltou com um pano molhado, pegou um pedaço de pau e enrolou o pano numa
extremidade, e gritou para os quatro rapazes:
Faça alguma coisa para se
livrar do pecado mortal que vocês cometeram, vá buscar mais lenha, muita lenha
e coleque aos pés dela lá fora.
- Mas pai que vai fazer? É apenas
uma menina.
- Uma menina nada é SATÃ,
que Deus enviou para nos testar.
- Pai pelo amor de Deus,
Mãe, ela já sofreu muito mãe, seu padastro a estuprou com os amigos de cachaça,
a mãe lhe bateu e (não tiveram coragem de contar a verdade sobre a mãe dela),
ela sofreu muito pai.
- Isso é artimanha do diabo,
conta histórias para nos enternecer filhos, ela é o satã em pessoa e deve
morrer queimada, só o fogo purifica.
LÁ LONGE NUMA VILA, OS MORADORES
ESCUTARAM GRITOS HORRIVEIS, MAS TEMEROSOS DO LOBISOMEM E DA MULHER DE BRANCO,
NÃO TIVERAM CORAGEM DE AVERIGUAR.
O Sol iluminou o sítio, o
poste do martírio, os restos de fogueira, e um montículo de terras reviradas ao
lado, só com um monte de pedras, indicava o túmulo da garota que não viveu, e
só experimentou a maldade bestial dos maus e dos bons.
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